Livraria Cólofon

de Francisco Brito

Bem-vindo à Cólofon, uma casa de livros antigos e edições, iniciada em Maio de 2013 em Guimarães.

Livro do mês

10363 – Rego, João de Deus do – N’UMA PETALA DE ROSA (PARAFRASE). Pará. Marques de Carvalho – Editor. 1888.  36 pp. 19, 5 cm x 14, 4 cm. B.

Primeira edição desde que poderá ser o primeiro livro de poesias publicado pelo autor (“O meu primeiro livro é o meu primeiro amor”, escreve na dedicatória à sua mãe com que abre o livro”).  No mesmo ano (1888) publicaria também “Primeiras Rimas”.

“João de Deus do Rêgo nasceu no hoje Município de Caxias, a 22 de novembro de 1867 e faleceu em Belém do Pará, a 30 de junho de 1902. Foram seus pais João de Deus do Rego e Maria Bárbara da Cunha Rego. De origem humilde, exerceu João de Deus na vida os mais diversos misteres, chegando até a ser moço de bordo. Lutador inflexível, talentoso e vivo, ingressou na imprensa paraense, colaborando ativamente no “Diário de Belém”, de que foi redator (1888) e no “Diário do Grão Pará”. Posteriormente, secretariou a “Gazeta do Povo” e chefiou a redação do “Diário de Notícias”, de Belém. Ocupou cargos de destaque nos seguintes jornais paraenses: “Correio Paraense”, “República” e “Fôlha do Norte”, Alma sensível à dor, João do Rego poetava com muita sinceridade e seus versos contêm sempre uma esquisita e penetrante nota de amargor, de tristeza. Pertenceu à Academia Paraense de Letras. É patrono da Cadeira nº 34, da Academia Maranhense de Letras, fundada pelo Dr. Álvaro Serra de Castro.” – Academia Maranhaense de Letras.

O “Dicionário Bibliographico Brazileiro” (1895) de Sacramento Blake (3º vol. p. 412) dá-o como filho de “um magistrado, já fallecido, que foi Juiz de Direito de Óbidos na província, hoje estado, do Pará (…)” Blake sinaliza apenas as “Primeiras Rimas” (1888).

Terá sido dos primeiros poetas negros ou mestiços a singrar no Estado do Pará. Nos seus primeiros versos podemos já encontrar o estilo e a força que marcaria a sua poesia:

“ – Disse que me adorava?

– É certo e juro…

– Por mim o que fará?

– Até o incrível:

Devassarei as brumas do futuro

Hei de abater os muros do impossível.

E ela tornou, n’um gesto de incerteza:

– Por quem o jura?

– Pelo céu, princeza!…”

Exemplar em brochura. Capas soltas. Um pouco fragilizado mas em bom estado geral de conservação.

Preço: 150 euros.